quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


Soneto de inspiração
Vinicius de Moraes


Não te amo como uma criança, nem
 Como um homem e nem como um mendigo
 Amo-te como se ama todo o bem 
 Que o grande mal da vida traz consigo. 

 Não é nem pela calma que me vem
 De amar, nem pela glória do perigo
 Que me vem de te amar, que te amo; digo
 Antes que por te amar não sou ninguém.

 Amo-te pelo que és, pequena e doce
 Pela infinita inércia que me trouxe
 A culpa é de te amar - soubesse eu ver 

 Através da tua carne defendida
 Que sou triste demais para esta vida 
 E que és pura demais para sofrer.

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